terça-feira, 12 de março de 2024


 EU VI O AMOR


"Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face. Agora, conheço apenas em parte, mas, então, conhecerei completamente, como eu sou conhecido.
Atualmente permanece estas três: a fé, a esperança e o amor. Mas a maior delas é o amor".        






O amor e a ternura que tenho pelos meus filhos são a "pedra de toque" pela qual eu pude compreender, embora de uma forma muito limitada, o valor que tenho para Deus.

"Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial..." (Lucas 11, 13).

A mera lembrança dos meus filhos me faz transcender o mundo temporal e todo o mal que ele encerra, dando-me uma pequena amostra de como Deus olha para mim: "se de ti para eles é assim, pense de como é de Mim para ti".

São nesses momentos sublimes que, por mera comparação, posso entender o que São Paulo descreveu na I carta ao Coríntios, no capítulo 13: 

"...A amor é paciente, a amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante...".

Esse amor descrito pelo apóstolo é a medida de todas as coisas, e você não tem duvidas disso quando o vê, porque ele é mais brilhante que o sol.

Quanto a mim, me é impossível negar que o "Reino dos Céus está próximo", porque ele não somente está dentro de mim como me sustenta e me abarca, no momento mesmo em que se revela todas as vezes que penso no Isaac e no Pedro.

Deus é um pedagogo por excelência e "nos fala por meio de palavras e coisas" (Olavo de Carvalho).



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segunda-feira, 25 de dezembro de 2023


      



               A MULHER MODERNA





Hoje, dificilmente uma mulher moderna[1] aceitará ‘passar trabalho’ ao lado do homem que ela escolheu por companheiro se este não satisfazer todos os seus desejos e vaidades do momento, e é praticamente impossível essa mesma mulher permanecer ao lado desse homem se a vida o colocar numa posição de dificuldade financeira[2].

Isso, no meu julgamento, é o resultado de um movimento (1969) que começou minando a moral, depois o sistema de crenças, depois as regras, depois a família, culminando numa sociedade antihomem.

Também hoje é de senso comum no universo feminino o direito que elas alegam ter de serem  protegidas, mimadas e servidas por esse homem que não pode sequer reclamar de algo[3] que lhe é de direito[4], porque se assim o fizer poderá responder um processo criminal caso essa ‘’deusa rara’’ o acuse em qualquer delegacia da mulher por crime[5] de “violência” psicológica ou coisa pior, quando na grande maioria das vezes o “crime” que este infeliz cometeu foi o de não concordar com uma vida de mero serviçal, que tudo entrega por obrigação e tudo o que recebe, quando recebe, é por puro favor e misericórdia desses seres de “luz”.

Nessas circunstâncias não é mais permitido ao homem nem mesmo as condições mínimas para exercer o seu papel humano na família e no mundo. O momento é terrível para toda humanidade, e esse homem começou a entender que a convivência com essa mulher moderna é perigosa e que, ao término dessa relação, na melhor das hipóteses, agradecerá aos céus se não for preso e se puder falar com os filhos ao menos duas vezes por mês.

As mulheres observam tudo isso como um ganho ou uma evolução, sem atinar para a realidade que grita nos balcões das farmácias com as vendas estratosféricas de ansiolíticos, ou nos consultórios psiquiátricos que não têm mais como atender a demanda...

O presente é desastroso e o futuro, ao que tudo indica, será trágico, reservando para a mulher moderna uma solitude forçada. Terão que dividir a vida com um ou dois pets, isso se não escravizarem os próprios filhos, forçando-os assumirem o papel do companheiro, provedor, psicólogo ou coisa ainda pior, destruindo a vida dos filhos no altar do seu próprio ego, impondo-lhes o pesado fardo dos seus erros e fracassos no momento mesmo em que desfiguram a imagem do pai/homem para tornar os filhos órfãos de pai vivo.

 



[1] Mentalidade que obriga a mulher a disputar com o marido ao mesmo tempo de denigre o papel de auxiliadora do seu cônjuge.

[2] Segundo o psiquiatra Dr. Jorge Rodrigues a maior causa de divórcio no mundo é por questões financeiras do casal, e na maioria dos casos e a mulher quem o pede.

[3] Violência psicológica (Lei Maria da Penha) é um termo tão elástico e subjetivo que basta o cônjuge discordar da mulher em algum dos seus desejos que já incorrerá em “violência” psicológica.

[4] Respeito, fidelidade, lealdade, etc...

[5] Segundo dados do IPEA, de todas as denúncias feitas contra o homem em delegacias das mulheres, contatou-se que 80% delas são comprovadamente falsas, 17% não se é possível concluir a veracidade das acusações e somente 3% são das acusações verdadeiras.


sábado, 18 de novembro de 2023







 Irracionais...










Quando alguém que está dominado por suas paixões[1] quer muito alguma coisa, ele vai se agarrar a qualquer argumento que lhe pareça favorável para legitimar a sua vontade deliberada, mesmo que o objeto desejado seja imoral ou perverso. E, se for necessário, até mesmo as Sagradas Escrituras, lidas a seu modo, lhe servirão como argumento para justificar as suas decisões[2].

Nesse estado tão miserável, a criatura se torna impermeável a qualquer argumento discordante, por mais verdadeiro e superior que ele o seja, e não raramente o rebaterá com argumentos puramente emocionais e subjetivos.

Alguns traços são evidentes nessas personalidades deformadas: a falta de lógica nos argumentos, frases fora de contexto para mudar o sentido dos fatos, irritabilidade quando suas “verdades” são contrariadas, chantagem emocional, pensamentos obsessivos[3], etc.

Admitamos ou não, estamos sempre sendo tentados a servir o nosso ego, e, sinceramente, ninguém precisa ser um psicólogo para perceber as trapaças que a mente humana usa para validar as nossas paixões mais insanas.

Assim como as virtudes, em certo sentido, nos assemelham aos anjos, os vícios e paixões nos assemelham aos demônios. É preciso, contudo, identificar a raiz do problema para sabermos se podemos ajudar tal criatura ou se devemos nos afastar imediatamente.

Seja qual for o caso, podemos de imediato rezar por essa pessoa, interceder por ela, dar bom exemplo, oferecer sacrifício em seu favor e, se for possível, cooperar para que a ela possa ficar frente a frente com a Verdade.

Não existe um só ato, por mais “insignificante” que pareça, que não seja uma ocasião para nos aproximar de Deus ou para nos afastar Dele. É no coração do homem, e não fora, que tudo está se decidindo a cada minuto, até chegar aquele minuto que será o último da vida de cada um de nós, e então não haverá mais tempo e nos encontraremos diante do nosso terrível e inevitável juízo particular.

Portanto, quando perceber que está diante de uma pessoa ignorante não a despreze, antes, busque por todos os meios possíveis convencê-la da sua ignorância. Agora, quando perceber que está lidando com uma pessoa egocêntrica (que se encontra na rampa do inferno), uma obstinada e idólatra do próprio ego, por prudência, mantenha certa distância para que ela não tenha meios para te prejudicar. Mas, caso você tenha alguma responsabilidade para com ela não fique tão longe que ela não possa, por contraste, perceber a própria doença.



Eldorado do Sul, 18 de novembro de 2023.





[1] Paixões, não sentido cristão do terno, se refere tanto as pessoas escravizadas pelos desejos da carne, quanto as dominadas pelo ego/soberba..

[2] "A maioria das pessoas acredita que faz escolhas racionais ou até lógicas, mas, podem acreditar, a maioria das nossas escolhas são emocionais. Depois é que nós colocamos a razão para justificar nossas escolhas". (Ricardo Ventura é professor, psicanalista e cientista comportamental).

[3] As pessoas obsessivas não admitem sequer a possibilidade de estarem erradas.

 


domingo, 12 de novembro de 2023



 









Os Movimentos Da Alma







Quando você desejar uma coisa com todo o seu ser, e se depois de muito tentar conquistá-la acreditar que não a terá, um, entre três movimentos (paciência, orgulho ou ódio), provavelmente acontecerá em você:


1. Aceitará o martírio da paciência

Se você for uma pessoa piedosa, certamente se conformará com a providência divina que age em todas as circunstâncias, sem desistir de alcançar o bem desejado. Aceitará o martírio da paciência na certeza de que Deus recompensa quem não desiste. Como está escrito:
“O Amor é paciente...” (I Coríntios 13, 4).

2. O desprezo dos orgulhosos

Como num mecanismo de proteção, você começará a desprezar o bem desejado para aliviar a insatisfação de não o obter. Esse movimento é muito perigoso se não for combatido com violência, pois o desprezo e o ódio são vizinhos. A isso, por - analogia -, chamamos de apostasia... (a perda da fé).
Catecismo da Igreja Católica (2089).

3. O ódio dos demônios

Você se desesperará e odiará com todas as suas forças esse bem que julgou impossível de alcançar, tal qual como fizeram os demônios ao adiarem Deus, ao verem que o perderam para sempre.
Catecismo da Igreja Católica (2094).


A questão implícita aqui é esta: em todas as circunstâncias da vida ou sairemos mártires pela paciência, ou demônios, pelo orgulho: ou humildes ou soberbos.



Eldorado do Sul, 12 de novembro de 2023.
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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Santo Anjo da Guarda

 

Live do Pe Douglas e Pe. José Eduardo

No ato da nossa concepção passamos a ser assistidos pelos santos anjos que cuidam do nosso país, nosso estado, da nossa cidade. Entretanto, nenhum destes santos anjos é o nosso anjo da guarda: aquele que nos acompanhará até a sepultura. 

É somente no nosso batismo que recebemos a proteção de um santo anjo de forma particular e individual, que recebe de Deus a missão de nos conduzir pelo caminho do bem inspirando-nos nas virtudes e nos protegendo dos ataques do demônio.

O nosso anjo da guarda não impede que o demônio nos tente, senão naquelas tentações que estão acima das nossas forças, pondo limites nas ações demoníacas que se não fossem freadas pelo nosso santo anjo nos destruiriam facilmente. Ou seja, é pela proteção do nosso anjo da guarda, - que põe um limite nas ações dos demônios -, que temos a liberdade de escolher as coisas de Deus e rejeitar as coisas desse mundo.

No livro 'O Combate Espiritual', no capítulo XIII, Lorenzo Scupoli ensina que o demônio, "quando vê que resistimos valorosamente às paixões, não só deixa de excitá-las em nosso coração, mas as extingue quando surgem, para não adquirirmos resistência a elas e para fazer-nos cair depois nos laços da vanglória e da soberba".

Ora, a tentação está para o nosso crescimento espiritual assim como o exercício físico está para o desenvolvimento dos músculos. Sem as tentações nossa vida espiritual se atrofiaria tal qual como um músculo que não se movimenta. É por esse motivo que o demônio cessa uma tentação quando vê que ela está nos santificando. 

Como diz padre Paulo Ricardo: "Diante de uma tentação ou saímos mártires ou saímos idólatras"

Recorramos com confiança a proteção do nosso santo anjo da guarda, que nos é um poderoso auxílio contra os ataques do demônio e guia seguro no caminho das virtudes.

Santos anjos de Deus, rogai por nós.


Os Santos Anjos e os demônios - Pe. Douglas e Pe. José Eduardo

sábado, 17 de julho de 2021

As ciladas do demônio

 

 ESCRITO EM 17 DE JULHO DE 2021 POR EDUARDO SILVA

“Temos por certo que o demônio não economizará meios para fazer com que venhamos a perder nossa salvação, e, se precisar inspirar em nós alguma devoção, ele o fará, se dela se servir para afastar-nos da verdadeira perfeição cristã”.


Aqui, neste breve e resumido texto, pretendo destacar os pontos em comum que achei nos escritos de São Luis Maria Grignion de Montfort, na sua obra ‘Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem’; nos escritos de Lorenzo Scupoli, na sua obra ‘O Combate Espiritual’ e nos escritos de São Francisco de Sales, cuja obra chama-se ‘Filoteia’, que, de modo particular, cada um a sua maneira, nos alerta sobre um truque muito sujo do demônio para levar “santamente” muitas almas para o inferno.

Lorenzo Scupoli, por sua vez, nos ensina em que consiste a verdadeira perfeição cristã, que “não é outra coisa além do conhecimento da bondade e grandeza de Deus e da nossa nulidade e inclinação a toda a espécie de mal; a meditação da paixão de Cristo e alguma outra coisa que o Senhor quiser nos revelar”. Ensina-nos esse sacerdote que, o demônio, valendo-se dessa inclinação que temos para fazer o mal, "as vezes não somente não se opõe as nossas práticas e obras exteriores, com jejuns, terços e esmolas, como até nos proporciona praticá-las com gosto e deleite, se o nosso coração continuar esquecido e abandonado as inclinações desse demônio oculto". [...]o demônio, explica o sacerdote, "também usa do engano para sugerir-nos, nas orações, alguns pensamentos sublimes, curiosos e agradáveis, afim de que se creiam arrebatados ao terceiro céu, como São Paulo, e, persuadindo-se de que já não são deste baixo mundo, vivam numa abstração total de si mesmos e numa profunda alienação de todas aquelas coisas das quais deveriam se ocupar”.  

“Temos por certo que o demônio não economizará meios para fazer com que venhamos a perder nossa salvação, e, se precisar inspirar em nós alguma devoção, ele o fará, se dela se servir para afastar-nos da verdadeira perfeição cristã”.

São Francisco de Sales, que para o meu espanto não só viveu no mesmo século (XVI) de Lorenzo Scupoli, mas também o conheceu, escreve de maneira diferente, mas sem perder a essência dessa verdade, de como é fácil para nós cair nesse truque sujo do demônio que não se opõe as práticas de alguma devoção puramente exterior se essas práticas se tornarem fins, quando deveriam ser meios poderosos e desejáveis para alcançar a perfeição cristã.

Escreve o santo:

“[...] cada um se afigura e traça a devoção, empregando as cores que lhe sugerem as suas paixões e inclinações. Quem é dado ao jejum tem-se na conta de um homem devoto, quando é assíduo em jejuar, embora fomente em seu coração o ódio oculto; e, ao passo que não ousa umedecer a língua com umas gotas de vinho ou mesmo com um pouco de água, receoso de não observar a virtude da temperança, não se faz escrúpulos de beber em largos goles tudo o que lhe insinuam a murmuração e a calúnia, insaciável do sangue do próximo”. Continua o São Francisco de Sales, “uma mulher que recita diariamente um acervo de orações se considerará devota, por causa desses exercícios, ainda que, fora deles, tanto em casa como em qualquer outro lugar, desmande a língua em palavras coléricas, arrogantes e injuriosas.”  

São Luis Maria Grignion de Montfort, na sua obra “O Tratado da verdadeira Devoção à Santíssima Virgem’, no número 97 escreve: 

Os devotos presunçosos são pecadores abandonados as suas paixões, ou amantes do mundo, que, sob um belo nome de cristãos e devotos da Santíssima Virgem, escondem ou o orgulho, ou a avareza, ou a impureza, ou a embriagues, ou a cólera, ou a blasfêmia, ou a maledicência, ou a injustiça, etc; que dormem placidamente em seus maus hábitos, sem se violentar muito para se corrigir, alegando que são devotos da Virgem; que prometem a si mesmos que Deus lhes perdoará; que não hão de morrer sem confissão, e não serão condenados porque recitam seu terço, jejuam aos sábados, permanecem à confraria do santo Rosário ou do escapulário, ou alguma congregação, porque trazem consigo o pequeno hábito ou a cadeiazinha da Santíssima Virgem, etc.” 

Como vemos nas palavras de Lorenzo Scupoli, São Francisco de Sales e São Luis Maria Grignion de Montfort, a maioria de nós têm um vago ou nenhum conhecimento do que é realmente e em que consiste a verdadeira perfeição cristã. Essa ignorância, que é muito bem aproveitada pelo demônio para nos levar “santamente” para o inferno, tanto mais é danosa quanto mais depositamos nossas esperanças nas consolações e práticas puramente exteriores, enquanto o coração (o nosso interior) mostra-se complacente para com nossas más inclinações. Fica evidente, nestes casos, que estamos colocando nossas esperanças em nós mesmos e nas nossas obras exteriores, e não na bondade e misericórdia de Deus.

Pode ser que seja dessa imperfeição, ou de muitas outras, que nasça a crítica da maioria dos católicos modernistas no tocante as missas tradicionais rezadas em latim, por exemplo, - e não sem alguma parcela de razão -, alegando esses que muitos ali fiam-se nas práticas puramente exteriores, enquanto o coração está fechado para a caridade. 

Certamente esses críticos falam dessa armadilha que os padres e santos da igreja já de há muito nos alertaram. Mas, entretanto, eu particularmente fico na dúvida se essa crítica que os modernistas fazem é movida pela caridade cristã ou pelo demônio, que já incutiu em muitas almas relaxadas uma aversão por qualquer expressão externa de piedade e de devoção cristã.

Não deveria ser necessário lembrar que os padres e santos da Igreja, desde muitos séculos, ensinam que “as práticas exteriores são meios poderosíssimos para conquistar a verdadeira perfeição cristã e o verdadeiro progresso espiritual, quando usados com prudência e discrição; para adquirir força e vigor contra a própria malícia e fragilidade, para defender-se dos assaltos e tentações do nosso inimigo comum e, enfim, para obter a misericórdia divina e os auxílios e socorros que são necessários a todos os que exercitam nas virtudes e, particularmente, aos iniciantes”.

Em suma, são muitos os assaltos do demônio, que não perde uma oportunidade de virar o jogo e nos roubar, até mesmo quando praticamos alguma coisa boa e com reta intenção. 

Em nosso combate, que se inicia a cada dia no momento em que acordamos, tenta o demônio roubar qualquer boa intensão que temos para aquele dia; quando não consegue, visa então impedir que enxerguemos os meios disponíveis que favorecem a realização desses bons propósitos; não conseguindo roubar-nos os bons propósitos para aquele dia e não conseguindo impedir que vejamos os meios disponíveis para realizar as coisas que agradam a Deus, este ser imundo apela para a procrastinação, sugerindo-nos que deixemos para amanhã as nossas obrigações do hoje. 

"[...] lembra-te também que aquele que te dá a manhã não te promete a tarde, e ao dar-te a tarde não te assegura a noite". (Lorenzo Scupoli) 

Se, pela graça de Deus, depois de todos esses ataques do demônio, conseguimos nos manter firmes no propósito de fazer aquelas boas obras que não apenas são de nosso dever de estado, mas para aquele dia, esse ser imundo, que nunca se dá por vencido, nos inspirará com pensamentos de vanglória, insinuando que somos bons e autossuficientes, ou algo do tipo...

Um eficaz remédio para esse "último" ataque, é meditarmos da seguinte forma: “Senhor, se fiz algo de bom foi por tua graça e vontade. Sei que o que fiz é incompatível com o tamanho da graça recebida para tal feito, “mas recebei, Senhor, como um gesto de amor, tudo aquilo que eu puder Vos ofertar”.

Eduardo Silva

17.07.2021


segunda-feira, 31 de maio de 2021

Ortodoxia morta


Homilia na missa do dia 30 – 05 – 2021 da solenidade da Santíssima trindade.

"[...]Há também outro desvio [esse é o ponto central da homilia], que é a - ortodoxia morta -, que encara a fé apenas como um conjunto de informações teóricas abraçada numa vida espiritual exterior”.


Já tem um bom tempo que acompanho as homilias online do padre José Eduardo, que nesses tempos de pandemia e com restrições as missas presenciais, se tornaram para muitos a única possibilidade de alimentar-se da palavra de Deus.

Na homilia em questão, o padre nos chamava a atenção para o que ele denominou de – 'ortodoxia morta' – que consiste na perda da fé, - resultado da falta de uma vida espiritual -, mesmo que a pessoa conserve as práticas religiosas.

Versando sobre a passagem bíblica que está em I Timóteo 6, 3 o padre faz uma relação direta entre piedade e vida espiritual, e que, sem piedade, não há vida espiritual.

Diz a passagem:

“Se alguém transmite uma doutrina diferente e não se atem as palavras salutares de nosso Senhor Jesus Cristo e ao ensino [ esse é o ponto que o padre destaca] segundo a piedade, é um orgulhoso, um ignorante, alguém doentiamente preocupado com as questões fúteis e contendas de palavras. Daí se originam, invejas, ultrajes, suspeitas malévolas, discussões sem fim de mentes corrompidas que estão privadas da verdade e consideram a piedade como uma fonte de lucro. Hora, a piedade dá grande lucro, sim, mas para quem se satisfaz com o que tem”. (I Timóteo 6, 1 – 6)

Após ler está passagem, o padre destacou dois pontos na sua homilia: “as palavras salutares de Jesus” e o “ensino segundo a piedade”, sendo que a falta de piedade é a própria falta de uma vida espiritual.

Continua o padre:

“Se existe uma heresia [aqui ele fez referência a Teologia da Libertação] que desloca o homem da sua finalidade, ou seja, ao invés de conhecer a Deus, agora nós vamos ficar fazendo mutirão para transformar a realidade do mundo segundo uma agenda da esquerda, da agenda revolucionária. Há também outro desvio [esse é o ponto central da homilia], que é a - ortodoxia morta -, que encara a fé apenas como um conjunto de informações teóricas abraçada numa vida espiritual exterior”.

Aqui, faço eu, um link com o que encontramos no capítulo I do livro ‘O Combate Espiritual (1589) ’ de Lorenzo Scupoli, que explica “o que é a perfeição cristã” e do engano de exaltar as práticas exteriores.

Diz o monge:

“[...]convém que saibas primeiramente no que consiste a verdadeira e perfeita vida espiritual. Porque muitos, por pouco refletirem, creem que a perfeição consiste no rigor da vida, na mortificação da carne, no uso de cilícios, nas disciplinas, jejuns, vigílias e outras obras exteriores. Outros, particularmente as mulheres, quando rezam muitas orações, ouvem muitas missas, assistem a todos os ofícios divinos e participam das comunhões, creem ter chegado ao mais alto grau da perfeição”.

Nas Escrituras Sagradas encontramos algo que está diretamente ligado a piedade quando nos diz que “Praticar a misericórdia e o direito é mais agradável ao Senhor do que os sacrifícios” (Provérbios 21, 3; Oséias 6, 6; Mateus 9, 13)

Não podemos esquecer também da parábola do ‘bom samaritano’ que nos fala exatamente sobre piedade x práticas exteriores.

Voltemos a homilia do padre José Eduardo, pois ele ainda leu outra passagem das Escrituras Sagradas que está em Tito 1, 1, que diz: “Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo para levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento da verdadeira piedade”.

Esse versículo foi colocado, no contexto da homilia, para reforçar I Timóteo 6, 1 – 6, que sem a piedade qualquer prática cristã torna-se ortodoxia morta, levando as pessoas ao erro dos fariseus (um rigorismo das práticas externas e sem caridade), ou o erro dos modernistas (teologia da libertação), que, segundo o padre, sem piedade cairemos num ou no outro.

Referências:


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quarta-feira, 5 de maio de 2021

Reciprocidade


ESCRITO POR EDUARDO SILVA

MARÇO DE 2021


Não desperdice nem cinco minutos da sua existência nos lugares onde você é tolerado, e no primeiro sinal de desinteresse retribua e saia. Nem você e nem essas pessoas merecem tal dissabor.

Logicamente, uma situação pontual não serve como parâmetro para tal julgamento porque as pessoas têm dias bons e dias ruins.

Entretanto, não se engane chamando de "coincidência" o que conhecemos como reincidência, porque não existe "dois dias ruins" -- se é que me entende.

Note que aqui eu nem estou me referindo as amizades, mas sim as situações comuns do dia a dia, até porque as amizades, ainda que muito pequenas, existem pelo apreço que nutrimos e não pela tolerância.


Paulo Freire


 ESCRITO POR EDUARDO SILVA

ABRIL DE 2021


Acredito que a minha geração foi uma das últimas que escapou do método de ensino Paulofreiriano: um projeto de imbecilização das massas que deixou (e deixa ainda) marcas indeléveis nas suas vítimas.

No meu tempo, por exemplo, a soma de dois mais dois era quatro e sujeito, verbo e predicado de uma frase não se separava por vírgula. Só existia "ele" e "ela" e nada mais que isso. Ninguém se submetia a tamanha vergonha de ter de falar "todos e todas" ao dirigir a palavra para um grupo de pessoas, porque naquele tempo "todos" queria dizer todo mundo mesmo.

O legado deixado por Paulo Freire é este: um déficit cognitivo gigantesco que infelizmente não pode ser reparado.

Comunicar-se com pessoas intoxicadas pelo "padrão Freire" é um desafio penoso que requer paciência e muita caridade.

Parece deboche da minha parte, mas não é. É só tristeza mesmo! 
Acabei de ver uma pessoa que tenho em alta conta pagar um mico do tamanho de uma galáxia por tentar lacrar em cima de um sujeito que, de forma simplês e clara, explicava que a "roda é redonda".

Hoje a coisa está desse jeito: a criatura lê um texto, assiste um vídeo ou ouve uma história e é incapaz de juntar as partes e dar o sentido real que o autor colocou ali propositalmente. O déficit cognitivo não a permite decifrar a mensagem no momento mesmo em que a liberta para atribuir o sentido que quiser em frases que, retiradas do seu contexto (até porque este o escapou) nada dizem. E, com ares olímpicos de quem adquiriu uma graduação (diploma) com selo "Paulo Freire de qualidade", ri da própria ignorância na tentativa de ostentar uma superioridade que não possui, e nem poderia!