ESCRITO POR EDUARDO SILVA
11 DE JANEIRO DE 2021
O senso das proporções é o fundamento da moral e do direito". (Olavo de Carvalho)
Agora pela manhã eu estava divagando sobre muitas coisas, e uma delas diz respeito a inconformidade que as pessoas sentem com o seu atual estado de vida, pois hoje é quase impossível conversar cinco minutos com quem quer que seja sem que a criatura não reclame das "injustiças" que ela descreve como "acidente" ou "má sorte" - quando deveria, se não lhe faltasse o senso das proporções -, aceitar como efeito de causas perfeitamente rastreáveis e cuja origem nasceu das escolhas e comportamentos que ela aceitou ou admitiu lá atrás.
É aquela máxima: não fez o que deveria ter feito, não lembra que não fez (ou se fez, fez muito mal feito), e então reclama que não conseguiu o que desejava.
Voltando ao início desse texto percebo que, se "o senso das proporções é o fundamento da moral e do direito", esse senso em grande medida deve ser o elemento base da felicidade de qualquer um.
Se a criatura reconhecesse o real tamanho da sua própria ignorância ou capacidade ante aos problemas e desafios reais, já dissiparia, quase de imediato, boa parte da inconformidade que lhe causa sofrimento. Não somente se instalaria na realidade, como passaria a ser - e falo aqui nesse contexto - o senhor da sua própria vida.
Não vejo como alguém pode ser minimamente feliz sem a capacidade de hierarquizar os bens que lhe estão disponíveis (é nesse sentido que apelo para o senso...), ou ordenar as necessidades (que é diferente de desejos), sem esse senso das proporções.
Qualquer boa escolha sem esse senso é mero acidente.
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