21 DE JULHO DE 2014
"Servir aos outros nos livra das algemas do ego e da concentração em nós mesmos que destroem a alegria de viver"
Quem nunca teve a tentação de perguntar: você me ama?
Acontece que uma pergunta cuja resposta não cabe numa frase, nem mesmo
num livro, não pode ser respondida, senão, através de uma multidão de gestos
concretos e voluntários que na maioria das vezes são tão simples que chegam a ser desprezados.
Não se ama por uma noite quando o prazer, na maioria das vezes, é o
objetivo último. Termina-se relacionamentos longos e a dúvida permanece lá – você
me ama? – Na verdade, a resposta que vale "um milhão" já foi respondida muito antes da pergunta se quer tenha sido formulada, pois, a real medida que se amou é a medida que esta pessoa se empenhou em servir a outra. Se não fosse assim, seria impossível
pôr em pratica as palavras de Jesus Cristo, quando disse: “Ame seus
inimigos”. Esse amor do qual somos convidados a oferecer até para nossos inimigos não pode, de maneira
alguma, ser um sentimento pelo simples fato de que nossos sentimentos são
involuntários.
Não controlamos nossos sentimentos, que na maioria das vezes são desordenados, mas nossas ações nós podemos escolher voluntariamente, e é por isso que é possível amar nossos inimigos com ações concretas, nem que for ao menos orando por eles, por exemplo.
Não controlamos nossos sentimentos, que na maioria das vezes são desordenados, mas nossas ações nós podemos escolher voluntariamente, e é por isso que é possível amar nossos inimigos com ações concretas, nem que for ao menos orando por eles, por exemplo.
Veja que, sob esse olhar, a pergunta – você me ama? – sequer precisa
ser feita. Assim, quem mais te amou foi quem mais se empenhou em servir(ação), concretamente,
para sua felicidade.
A nossa sociedade moderna, egocêntrica, busca a todo custo
preencher o vazio existencial satisfazendo seus apetites e paixões, quando na
verdade a felicidade mora no lado oposto disso; e talvez foi isso que o
escritor James C Hunter 'O Monge Executivo' tentou explicar no seu livro:
Servir aos outros nos livra das algemas do ego e da concentração em nós mesmos que destroem a alegria de viver. [...]Mais uma vez, amar não é como você se sente em relação aos outros, mas como você se comporta em relação aos outros. [...]Todos nós sabemos que sentimentos vem e vão, é o compromisso que nos sustenta.
Quem foi alcançado por esse tipo de amor não precisa perguntar: você
me ama?.
Quando o sacerdote pergunta a cada noivo: “você promete...”, na verdade o que ele pergunta é: vai servir até o fim? E quem entende isso aos olhos da fé
cristã compreende porque o matrimônio é indissolúvel.
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