sábado, 14 de junho de 2014

AD MULTOS ANNOS!


Várzea Grande, 29 de abril de 2013.



Caríssimo Olavo,

Hoje é dia de seu aniversário e sinto-me no dever de louvar a Deus por sua vida e de reconhecer: SOU-LHE MUITÍSSIMO OBRIGADO!

Nós de língua portuguesa usamos, para manifestar nossa gratidão, esta estranha palavra: “obrigado”. A maior parte das pessoas usa a expressão de forma irrefletida e os poucos que refletem não deixam de se indagar. O que há de obrigatório na gratidão, já que, como recorda Sêneca, a gratidão é muito menos grata quando é forçada?

Santo Tomás de Aquino, com a simplicidade dos sábios, resolve o problema:“a gratidão é uma dívida de honra, ou seja, uma obrigação que se cumpre espontaneamente”. Mas disto decorre, então, que a ingratidão seria uma espécie de “roubo”, e desta verdade o Doutor Angélico tira a consequência irrefragável: “a ingratidão é sempre um pecado”.

Tudo isto para dizer que este meu preito de gratidão nasce de uma liberdade que se reconhece devedora. Em meu apostolado, tenho frequentemente encontrado leigos e sacerdotes que poderiam, como eu, dividir suas vidas em dois períodos: antes e depois do Olavo.

Meu contato com o seu pensamento foi há exatos 11 anos, quando li seu artigo “Cem anos de pedofilia”, publicado em O Globo a 27 de abril de 2002. Conheci seu site www.olavodecarvalho.org e dali para frente tornei-me um ávido leitor de tudo o que caísse em minhas mãos e que fosse de sua autoria. A cada página lida, escamas caíam-me dos olhos. De vítima ignorante e atordoada de um processo revolucionário e anticristão, fui me tornando um pastor mais consciente e ativo na defesa do rebanho de Cristo. 

O Catecismo Maior de São Pio X (n. 941) ensina que as obras de misericórdia espiritual são sete.1ª Dar bom conselho; 2ª Ensinar os ignorantes; 3ª Corrigir os que erram; 4ª Consolar os aflitos; 5ª Perdoar as injúrias; 6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo; 7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos. 

Esta lista bem poderia fazer parte de seu Curriculum vitæ. 

Neste dia de Santa Catarina de Sena, peço a Deus que lhe conceda ainda muitos anos de generoso magistério e que, na sua bondade, o Nosso Senhor lhe conceda colher alegremente o que foi semeando entre lágrimas. 

Faço questão de postar em meu site esta pequena carta para, com isto, poder ser em público a voz de muitos de seus alunos e amigos ao lhe dizer um sincero e cordial: Muito obrigado! 
Deus lhe pague e recompense!

Ad multos annos!

Padre Paulo Ricardo


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